Rio Branco (AC) – Enchentes devastam 17 municípios e colocam milhares em situação crítica. A cheia que assola o Acre se configura como um desastre humanitário de proporções épicas. Dos 22 municípios do estado, 17 estão em situação de emergência, com milhares de pessoas desalojadas e desabrigadas.
Nas dez cidades mais críticas, 62 abrigos atendem a quase 6 mil desabrigados, enquanto mais de 8,5 mil estão desalojados em casas de familiares e amigos. O Rio Acre, que corta a capital, Rio Branco, está acima da cota de transbordo, com 16,50 metros. Já o Rio Purus atingiu 11,12 metros, superando a maior enchente registrada em 2021.
Mais de 5 mil famílias estão sem energia elétrica, e a situação não tende a se estabilizar. Brasiléia e Epitaciolândia enfrentam a pior alagação de sua história, com mais de 75% das cidades submersas. Municípios isolados, como Marechal Thaumaturgo e Jordão, não possuem voos comerciais, dificultando o envio de ajuda e assistência médica.
Santa Rosa do Purus, completamente ilhada, depende de doações para sobreviver. As autoridades ainda não sabem se grandes volumes de água do Peru podem agravar a situação.
Indígenas Sofrem Impactos Desproporcionais:
23 aldeias estão sendo afetadas pelas enchentes dos rios Iaco, Purus e igarapés adjacentes. Aproximadamente 400 famílias indígenas, de etnias como Jaminawa, Kaxarari, Huni Kuin e Manchineri, estão sofrendo com a cheia. A Comissão Pró-Índio identificou 7 povos afetados e 7 Terras Indígenas diretamente impactadas.

Leia também: Açaí: zoneamento agrícola abre portas para expansão da cultura