Amazon – A construção do Plano de Desenvolvimento e Integração da Faixa de Fronteira do Amazonas (PDIF) avançou, nesta quinta-feira (11/09), com a definição de eixos prioritários, saúde, educação e segurança, durante o encontro realizado em São Gabriel da Cachoeira, a 852 quilômetros de Manaus, que reuniu instituições federais, estaduais, municipais e representantes da sociedade civil.
O evento, promovido pelo Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti), em parceria com o Governo Federal, por meio do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) e o Instituto Brasileiro de Administração Municipal (Ibam), consolidou contribuições da região do Alto Rio Negro, considerada a área mais indígena do Brasil.
Ainda nesta quinta-feira (11/09), foi finalizada a 34ª Reunião Ordinária do Núcleo Estadual de Fronteira do Amazonas (Niffam), órgão vinculado à Sedecti e responsável por conduzir as discussões.
De acordo com a coordenadora do Niffam, Cisnea Menezes, indígena nascida em São Gabriel da Cachoeira, os debates ressaltaram a necessidade de políticas públicas específicas para as populações locais e destacaram a importância da integração entre diferentes esferas de governo e organizações sociais.

“Dentre os principais eixos discutidos, com uma abordagem diferenciada para a região, estão saúde, educação e segurança, que vão compor a carta de projetos do PDIF do Estado do Amazonas”, explicou Cisnea Menezes.
Entre as propostas levantadas, estão a ampliação da cobertura de saúde em comunidades indígenas, melhorias na infraestrutura educacional e o fortalecimento das ações de segurança adaptadas ao contexto multicultural e geográfico da região. A interculturalidade foi apontada como eixo transversal para todas as políticas a serem desenvolvidas.
Representando a sociedade civil, o professor Juscelino Pereira Azevedo, 60 anos, da Associação Tuiuka, ressaltou a urgência de ações concretas para os povos indígenas. “Como indígena, a falta de assistência dá pouco cuidado aos povos, tanto da cidade quanto do interior. Queremos que todas as instituições façam uma parceria que trabalhe em conjunto em prol dos indígenas, sem diferenciar os que vivem na cidade dos que estão no interior”, destacou.
Além dos eixos principais, foram apresentadas contribuições práticas pelos participantes, como a necessidade de solucionar o problema dos lixões e avançar no saneamento básico em São Gabriel da Cachoeira, Barcelos e Santa Isabel do Rio Negro; a reformulação dos planos diretores municipais; e a viabilidade da hidrovia do Rio Negro como alternativa logística.





