Amazonas – O Amazonas, detentor da maior cobertura florestal do Brasil, tem no manejo florestal sustentável uma alternativa promissora para suprir a demanda por madeira sem comprometer a saúde da floresta. Um estudo inédito, apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), comprova os benefícios dessa prática para o clima e a biodiversidade.
Intitulada “Resiliência de floresta manejada comercialmente no Amazonas”, a pesquisa avaliou a dinâmica e recuperação de uma área manejada. Os resultados demonstram que, após cinco anos (2014 a 2019), a floresta não apenas se recuperou da exploração, como também absorveu um volume significativo de carbono, equivalente ao observado logo após a atividade.
O estudo comprova que o manejo florestal sustentável, quando aplicado de forma correta, não contribui para as mudanças climáticas, e, ao contrário, atua como um aliado na mitigação do problema. A área manejada, por exemplo, absorveu mais carbono do que emitiu durante o período analisado.
Estoque de carbono e diversidade florística
A coordenadora da pesquisa, Cintia Rodrigues de Souza, doutora em Ciências de Florestas Tropicais da Embrapa Amazônia Ocidental, destaca que o estoque de carbono na área manejada se mostrou compatível com a literatura internacional, com cerca de 160,5 toneladas por hectare.
Outro ponto importante é a preservação da diversidade florística. As 20 espécies mais importantes da área, incluindo a abiurana vermelha (Pouteria platyphylla), se mantiveram as mesmas, evidenciando a capacidade de recuperação da floresta manejada.
Os resultados da pesquisa reforçam a importância do manejo florestal sustentável como uma alternativa viável à exploração predatória dos recursos da floresta amazônica. A atividade oferece benefícios para o meio ambiente, como a mitigação das mudanças climáticas e a preservação da biodiversidade, além de contribuir para o desenvolvimento socioeconômico da região.