Amazonas – A água é a fonte da vida, e proteger seus recursos é vital para a sobrevivência e o desenvolvimento do planeta. Conscientes dessa responsabilidade, a Fundação Amazônia Sustentável (FAS), o Serviço Nacional de Áreas Naturais Protegidas (SERNANP) do Governo do Peru e a Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (SDSN Amazônia) se uniram em uma iniciativa crucial: a criação de uma área de proteção ambiental na nascente do Rio Amazonas, no Nevado Mismi, Peru.
Um Esforço Coletivo para um Futuro Sustentável:
Em janeiro de 2014, uma expedição liderada por Virgilio Viana, Superintendente Geral da FAS, deu início ao sonho de proteger a nascente do Amazonas. A expedição evidenciou a necessidade urgente de preservação do local, e uma proposta de criação da área protegida foi apresentada ao Ministério do Meio Ambiente do Peru. A iniciativa ganhou força em agosto de 2023, na Cúpula da Amazônia, e em outubro do mesmo ano, uma reunião em Arequipa reuniu diversos atores para fortalecer a aliança em prol da proteção do El Mismi. A mobilização visa não apenas garantir a proteção da nascente do rio Amazonas, mas também:
Consolidar uma aliança ampla e engajada: Reunir o apoio de governos, organizações internacionais, empresas e comunidades locais para garantir o sucesso da iniciativa.
Mobilizar recursos: Obter os recursos financeiros e técnicos necessários para a criação e gestão eficaz da área protegida.
Promover o desenvolvimento sustentável: Assegurar o bem-estar das comunidades locais que dependem do Rio Amazonas, através de projetos que conciliam desenvolvimento econômico e preservação ambiental.
A área que compreende a nascente do Rio Amazonas, com seus 28 mil hectares, está sob grave ameaça pelo derretimento das geleiras, intensificado pelas mudanças climáticas. Segundo o INAIGEM, o El Mismi corre o risco de desaparecer em 2027, um cenário devastador que precisa ser evitado.
“Proteger a nascente do Amazonas é muito simbólico, não só porque é o rio mais extenso do mundo, é também um ato de justiça climática”, afirma Virgilio Viana.
As consequências do derretimento das geleiras vão além da perda de um importante símbolo natural. As comunidades locais enfrentam:
Mudanças no regime hídrico das lagoas e riachos, afetando a disponibilidade de água potável e a agricultura.
Riscos de avalanches e inundações, colocando em perigo a vida e os bens das pessoas.
Contaminação por produtos químicos presentes na crosta de gelo e montanhas, ameaçando o ecossistema e a saúde da população.