Economia, fevereiro de 2024 – Mel cítrico e livre de picadas das abelhas sem ferrão está emergindo como um ativo econômico na região amazônica. Como resposta aos desafios do desmatamento e das mudanças climáticas. Em Loreto, Peru, Heriberto Vela, desde a infância, testemunhou seu pai retirar ninhos de abelhas nativas das árvores da selva para colher mel medicinal. Ao contrário das abelhas melíferas, originárias da África e Europa, as abelhas sem ferrão são nativas da Amazônia e conhecidas por seu mel com sabor cítrico, além de não picarem.
O desmatamento, a competição com abelhas invasoras e as mudanças climáticas ameaçam essas abelhas e a biodiversidade da Amazônia. Vela e sua família mantêm 76 ninhos de abelhas sem ferrão, usando métodos mais sofisticados para extrair mel. No entanto, a prática é incomum e enfrenta desafios devido à falta de recursos e ao desmatamento.
Para César Delgado, do Instituto de Pesquisa da Amazônia Peruana, a meliponicultura oferece uma solução para a adaptação às mudanças climáticas e o fortalecimento da economia local. Rosa Vásquez Espinoza, da Amazon Research Internacional, destaca a importância de integrar o conhecimento indígena na conservação e sustentabilidade.
A popularidade do mel das abelhas nativas aumentou durante a pandemia de covid, oferecendo alívio econômico para comunidades remotas. Delgado e Vásquez Espinoza planejam usar esses dados para promover a criação de abelhas sem ferrão e métodos sustentáveis de colheita.
Richar Antonio, da Reserva Comunal Asháninka, observa o interesse das pessoas em aprender essa prática, mas destaca a escassez de materiais. No entanto, as leis atuais do Peru limitam o financiamento para a criação de abelhas nativas, refletindo desafios mais amplos na conservação da biodiversidade amazônica.
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